Em baixo das minhas estrelas
coladas no tecto do quarto
eu fixo um brilho
num desejo impresso
entre uma estrela e o cometa...
Parece que navegando o olhar
mesmo a meio, num azul canônico
em puro deleite sobre veludos,
na maciez do quase sonho,
perco-me entre estelares caminhos,
em olhares sensuais:
meus e teus!
Planetas colados no teto são novos refúgios,
num escuro entremeado de pontos brilhantes fosforescentes
mas que se transforma quando a luz da lua penetra.
Esfomeada pelo segredo
que nossos corpos compartilham
e nem percebem sua chegada calada,
ela se faz de inocente,
e clareia:
brinca de desenhista,
entre pincéis de luares prateados,
lua cheia,
de curiosidade,
que emana mistérios,
que compactua delírios,
e refastela-se sobre a cama,
sobre nós dois:
iluminando cada detalhe,
sem pedir licença, sem pudor algum
enche de nuances, e contornos os lençóis...
Testemunha silenciosa do nosso jeito louco de fazer amor.
